Jornada Nacional reunirá 1.500 pequenos agricultores em Vitória
 

Publicado em segunda-feira, 14 de outubro de 2013 às 10:29

 
Any Cometti

13/10/2013 18:29 - Atualizado em 13/10/2013 10:38

Nesta semana, os militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) organizarão manifestações em todo o país com o objetivo principal de dialogar com a sociedade sobre a soberania alimentar, já que o movimento entende que ela é essencial para a qualidade de vida do povo do campo e da cidade.

Soberania alimentar é uma das principais lutas do MPA, e significa a produção e comercialização de comida diversificada, sem uso de venenos, que respeite o meio ambiente e a cultura local. A soberania alimentar também é apontada como a solução para o combate à fome, que aflige 50 milhões de brasileiros todos os dias. Para o MPA, é uma contradição que um país onde milhões passam fome abrigue multinacionais que atingem lucros exorbitantes, produzidos no próprio país.

As manifestações serão realizadas em 15 estados até a sexta-feira (18), sendo que o dia 16, quando é celebrado o Dia Internacional da Soberania Alimentar, é tido como o "dia D" da jornada.

No Espírito Santo, mais de 1.500 camponeses sairão de 30 cidades em direção à Capital, na segunda-feira (14), onde se concentrarão no Sindicato dos Bancários (Sindibancários/ES), a partir das 18h. À noite, haverá uma celebração com os sindicatos urbanos e demais parceiros de luta. O retorno aos municípios do interior acontecerá somente na quarta-feira (16).

Uma audiência com o governador Renato Casagrande está sendo pleiteada para terça-feira (15). Nesta reunião, os militantes tratarão de assuntos que já são debatidos com o governo há mais de dois anos – sem respostas nem ações efetivas. Algumas delas são a melhoria da educação no campo, a reforma agrária e a necessidade do investimento estrutural no campesinato, que são essenciais à promoção da soberania alimentar. No mesmo dia, também haverá a entrega de cestas de alimentos saudáveis, produzidos sem agrotóxicos, nas propriedades dos militantes do MPA.

Desde 1991, o governo do Estado não destina novas terras à reforma agrária, abandono que descontenta uma série de militantes do campo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o MPA criticam os investimentos feitos em programas destinados ao campo, que somente beneficiam grandes propriedades destinadas à exportação e que, logicamente, fazem uso contínuo de agrotóxicos, visando ao lucro, não a qualidade alimentar. Para os militantes, é claro saber de que lado – da agricultura familiar ou do agronegócio – o governo está. As lavouras de eucalipto e de cana de açúcar são apontadas, em território capixaba, como as principais vilãs da reforma agrária.
 
Fonte - Século Diário