Paralisia do governo tira 102 bi da infraestrutura
 

Publicado em quarta-feira, 23 de agosto de 2017 às 16:32

 
Com uma crise politica que não acaba, o governo se vê em um emaranhado, do qual não consegue sair. Denúncias, compra de votos para manter sua base aliada dentro do Congresso, escândalos envolvendo os membros do alto escalão e a estagnação da sua equipe econômica fazem com que Temer não consiga esconder sua incompetência para tirar o país da crise econômica. E pior, deixa áreas estratégicas para o crescimento nacional minguarem por falta de investimentos.

Segundo Jornal O Globo, os setores de gás, telecomunicações, rodovias e ferrovias estão deixando de receber cerca de R$ 102 bilhões há quase um ano, por que o governo não consegue votar novas regras para esses setores.

Os cortes também fazem parte desse quadro desolador para nossa economia. Anunciado no final de julho, o contingenciamento no orçamento de 2017 fez com que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), perdesse R$ 16,4 bilhões do total de R$ 36,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária para este ano, chegando a uma redução total de mais de 45% nos seus investimentos. É o menor orçamento do PAC em oito anos, programa criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e responsável pelos principais investimentos públicos em infraestrutura nos últimos anos.


Incrível a equipe econômica de Temer acreditar que o país vai voltar a crescer sem investir um real a mais em infraestrutura, e que seus cortes vão ajudar nos resultados da economia. É, no mínimo, antagônico, parar o país para querer que ele avance.

O cenário caótico não para por aí, vai aumentar seu rombo fiscal, alterando a meta atual de um déficit primário de até R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões ou mais. E, para acertar as contas que não fecham, a solução Temer PSDB/PMDB vai seguir a mesma fórmula antiga, ultrapassada e entreguista de ampliar concessões e leiloar empresas públicas.

O governo vai aumentar para mais 19 terminais as concessões nos aeroportos, entre eles o de Congonhas, um dos que mais dão lucro para Infraero. A operação renderia mais R$ 10 bilhões para a União, que já investiu cerca de R$ 3,3 bilhões nos mesmos. Além disso, Temer já organiza a entrega de parte do setor elétrico com a venda de Usinas da Eletrobrás e leilões de setores de petróleo e gás, com a oferta de blocos do pré-sal das bacias de Campos e de Santos.

Enquanto Temer abre as portas para o capital privado tomar conta das empresas públicas, sua Medida Provisória do Refis pretende perdoar multas de empresas devedoras a União. Pelo novo texto do relator da proposta, a arrecadação será reduzida de R$ 13,3 bilhões para apenas R$ 400 milhões. Tenho a impressão que a equipe econômica tem um caminho alternativo para tapar esse buraco: aumento de impostos para o cidadão, que não aguenta mais sua carga tributária.

Esse é o governo Temer PSDB/PMDB, paralisia econômica, incompetência e um país que vai sofrer sem os investimentos públicos.
 
Fonte - Deputado Federal Zeca Dirceu – PT/PR