Classe média: 9 anos para voltar a nível pré-crise
 

Publicado em segunda-feira, 13 de novembro de 2017 às 15:29

 
Por Bruno Villas Bôas e Estevão Taiar

Apesar da recuperação do emprego e da renda, só em 2026 a proporção de domicílios nas classes C e B deverá superar o nível anterior à crise dos últimos três anos. Em 2014, os domicílios com pessoas nessas duas classes representavam, respectivamente, 28,6% e 15,4% do total. Em 2016, essa proporção havia caído para 27 ,7 % e 13,3% e, em 2026, deve atingir 29,8% e 15,7 %.

As projeções foram feitas pela consultoria Tendências, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e em estatísticas da Receita Federal.

O levantamento considerou ganhos do trabalho e de outras fontes, como pensões e aplicações financeiras. As faixas de renda foram fixadas de R$ 2.302 a R$ 5.552 mensais (classe C) e a partir de R$ 5.553 até R$ 17 .286 (classe B).

1 . Parcela de famílias nas classes B e C v ai superar nível pré-crise só em 2026

2. Recuperação do mercado de trabalho ocorre antes do esperado Segundo a economista Camila Saito, da Tendências, a retomada da mobilidade social para as classes de maior renda foi iniciada neste ano, depois de ser interrompida pela crise em 2015 e 2016.

O processo, contudo, deve ficar mais claro e robusto somente a partir de 2019. Durante a recessão, que durou mais de três anos, o empobrecimento da população inchou o número de famílias nas classes D e E.

A base da pirâmide ganhou 4,1 milhões de famílias em 2015 e 2016, passando a representar 56,1% dos domicílios, nível próximo ao de 2011. Nos próximos anos, a quantidade de famílias da classe D e E tende a se estabilizar. Mas, como o crescimento demográfico deve gerar um milhão de novas famílias ao ano, a base da pirâmide vai perder representatividade - 50,4% até 2026.
 
Fonte - Valor Econômico