Portus esclarece mudanças, mas trabalhadores mantêm assembleias e ameaça de greve
 

Publicado em quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018 às 17:13

 
Mais de 1.000 trabalhadores portuários participaram, na manhã desta terça-feira (20), de reunião com representantes do fundo de pensão dos empregados da Companhia Docas, o Portus, na sede do Sindicato da Administração Portuária (Sindaport). Após o encontro, cujo objetivo era expor as mudanças que serão implementadas a partir de 1º de abril no fundo de pensão, a entidade sindical manteve as assembleias conjuntas marcadas para as próximas sexta (23) e terça (27), e também a ameaça de greve de 48 horas na Codesp, nos dias 3 e 4 de março.


Divulgada em junho do ano passado, a proposta prevê o aumento do percentual descontado dos participantes da ativa de 9% para 27,75% e dos assistidos de 10% para 28,77%. Além disso, para os assistidos que têm benefício de R$ 1.500, o desconto passará de R$ 150 para R$ 433,55.


Para esclarecer pontos da mudança, o Portus enviou dois representantes ao encontro desta terça-feira, realizado na sede do Sindaport, na Vila Mathias.

"Estamos cansados de falar que essa opção dada pelo interventor é inviável aos portuários assistidos e da ativa. Um participante que hoje contribui com R$ 1 mil para o Plano de Benefícios (PBP1) passará a pagar R$ 3 mil. Isso é um absurdo. Há anos discutimos a terrível situação do Portus e agora a alternativa recai nos portuários da ativa e assistidos. Não vamos permitir que isso ocorra", afirmou .


Cirino ainda lembra que as dificuldades do fundo de pensão não são recentes. "Sabemos que o Portus está em intervenção desde 2011, mas essa proposta coloca a conta nas costas dos portuários. Por isso, teremos as assembleias para decidir o que fazer. Podemos até judicializar a questão", declarou.


O presidente da Associação dos Participantes do Portus, Odair Augusto de Oliveira, ressaltou que nenhuma decisão foi tomada ainda. 'Ninguém acha que é bom, ninguém quer perder, mas nada foi decidido. Estamos tentando buscar uma solução negociável. mas os aposentados não têm muitas opções. Se não aceitarem, não vai ter dinheiro. Se aceitarem, teremos um fôlego de dois anos'.


A decisão sobre o que fazer será tomada pelos próprios portuários, nas assembleias dos dias 23 e 27. Por conta da grande presença de público na reunião desta terça-feira (a expectativa era de apenas 300), o Sindaport cogita solicitar à Prefeitura o uso da Arena Santos nos encontros. Por enquanto, ambos seguem marcados para ocorrer na sede do Sindaport, na Rua Júlio Conceição, nº 91, Vila Mathias. O do dia 23 será às 20h e do dia 27, às 9 horas.


 
Fonte - www.atribuna.com.br