Publicado em quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019 às 15:29 |
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Bruno Merlin
Na resposta aos questionamentos feitos pela redação do Portogente, a assessoria de comunicação do Ministério da Infraestrutura esclareceu que a seleção dos profissionais para os cargos de diretoria nas companhias docas "estão em estágio avançado". No caso do Porto de Santos, no qual o diretor-presidente indicado, Casemiro Tércio Carvalho, prossegue participando de reuniões preparatórias, a nomeação, segundo o Ministério, aguarda a "desvinculação integral de todas as suas atividades na iniciativa privada para que não haja qualquer conflito de interesse".
É importante ressaltar que na Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) continuam atuando dirigentes indicados por deputados ligados a Eduardo Cunha, hoje presidiário, um nome combatido pela cúpula do governo Jair Bolsonaro (PSL). Em agosto de 2017 publicamos a seguinte nota neste espaço:
"O já conhecido aparelhamento sem critério nos cargos da Companhia resulta em ineficiência na fiscalização e em grande desconfiança do mercado. Os diretores nomeados ficam pouco tempo nos cargos em comparação às outras Docas, o que é um feito de assustar. A CDRJ é um grande feudo do PMDB, abrigando parceiros de nomes como Eduardo Cunha e Leonardo Picciani, e atualmente da deputada Soraya Santos, que herdou o poder do ex-deputado e, vejam só, seu marido Alexandre Santos. Diante de tal cenário, sobra bajulação e falta trabalho na administração dos portos do Rio. Outros cargos de confiança são leiloados sem qualquer critério, como os de gerência e de chefe de gabinete. Essa é a triste realidade de uma importante empresa pública brasileira. As declarações oficiais sobre aperfeiçoamento da gestão dessas companhias somente caem, cada vez mais, em um profundo descrédito."
Também é urgente resolver a situação da Companhia Docas do Pará (CDP), onde a diretora de Gestão Portuária, Maria Helena Moscoso da Silva, acumula a presidência da empresa, de forma interina, desde agosto de 2018. Ela assumiu o cargo, simplesmente, porque o então presidente, Parsifal de Jesus Pontes, pediu licença para tratar de assuntos particulares e em seguida coordenou a campanha - bem sucedida - a governador de Hélder Barbalho (PMDB) no Pará.
O Ministério da Infraestrutura garante que "as futuras nomeações das companhias docas atenderão critérios técnicos, de conhecimentos das principais demandas de infraestrutura portuária das regiões do país com habilidades que possam buscar modelos de gestão mais eficientes no setor".
A comunidade portuária brasileira, tão crítica aos últimos governos instalados na esfera federal, aguarda ações no sentido de garantir maior segurança jurídica aos trabalhadores e investidores que atuam junto ao comércio exterior do País. |
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Fonte - Portogente |
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