Publicado em quarta-feira, 3 de julho de 2019 às 16:06 |
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A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta terça-feira (2/7) estudo que aponta o ritmo lento de recuperação da economia afeta todos os modais de transportes, porém de formas diferentes. Em 2019, há incertezas no setor ferroviário por conta da redução do minério de ferro, o aéreo tem alguma recuperação, mas sofre impacto do preço do combustível e do câmbio, e o fluxo de veículos pesados nas rodovias está 8,8% abaixo do período pré-recessão (primeiro trimestre de 2014).
O trabalho Conjuntura do Transporte – Desempenho do Setor traça um panorama geral do transporte no Brasil e a relação com o cenário econômico. Segundo o levantamento, em 2018, a economia brasileira apresentou sinais de leve recuperação, mas, em 2019, demonstra desaceleração, antes de as perdas acumuladas desde o início de 2014 serem repostas. No primeiro trimestre deste ano, o crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) do Brasil foi de 0,5%, e o do transporte, 0,2%. Nos primeiros três meses de 2014, os percentuais eram 3,5% e 5%, respectivamente.
“O transporte reflete a economia brasileira. O crescimento econômico está muito aquém do que o Brasil precisa. E o nosso setor fica na mesma situação. Afinal, transportamos aquilo que é produzido”, disse o presidente da CNT, Vander Costa.
A baixa demanda é registrada, principalmente, no modal rodoviário. As incertezas geradas na paralisação dos caminhoneiros no ano passado e, também, o roubo de cargas em algumas regiões contribuem para os resultados negativos, segundo a CNT. Em 2019, o fluxo de veículos pesados do primeiro trimestre ficou 8,8% abaixo do período pré-recessão (março de 2014).
Na cabotagem, houve melhora significativa no segundo semestre do ano passado, com alta de 38,2% no transporte de carga geral. “E os números de 2019 também são positivos na cabotagem, no longo curso e na navegação interior”, informou o estudo.
Já o modal ferroviário vive um momento de incertezas, principalmente devido à queda na produção, influenciada, possivelmente, pela desativação de barragens da Vale, após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Em 2018, o modal teve um bom desempenho, com aumento na produção de 5,8% em TU (toneladas úteis) e 8,5% em TKU (toneladas úteis por quilômetro). Esse crescimento foi impulsionado pelo transporte por contêiner (17,7%) e também pode ter sido influenciado pela paralisação dos caminhoneiros.
O minério de ferro corresponde a mais de 70% das cargas ferroviárias transportadas. E, agora, no primeiro trimestre de 2019, o transporte por vias férreas dessa mercadoria registrou queda de 3% em TU.
Oscilações
No modal aéreo, há certa recuperação, com taxa de aproveitamento das aeronaves acima de 80%. Mas o segmento sofre o impacto do preço do combustível e das oscilações em taxas de câmbio. O presidente Vander Costa destacou a importância de o Brasil ter uma legislação que permita a entrada de capital estrangeiro no Brasil, com segurança jurídica.
Na avaliação do presidente da CNT, de forma geral, o transporte vai acompanhar a economia brasileira ao longo de 2019. “Continuamos otimistas de que o governo Bolsonaro vai conseguir aprovar a reforma da Previdência e isso vai gerar mais credibilidade ao país. A iniciativa privada vai investir e recuperar a economia com emprego e renda”, avaliou. |
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Fonte - Correio Brasiliense |
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